domingo, 23 de maio de 2010

Mercado Municipal de Brasilia

Hoje não deu para começar a Expedição Melhores da Veja Brasília. Até que tentamos tomar café na “Melhor Padaria”, mas a que servia café era no Lago Sul e fomo na da Asa Sul. Essa última é muito pequenina, tinha uma fila, então pensamos que não conseguiríamos aproveitar como gostaríamos e resolvemos voltar outro dia.

Bom, já estávamos na rua e com fome. Lembramos então do Mercado Municipal e como já era um lugar que queríamos conhecer, fomos pra lá.

Não era como imaginávamos, é pequeno, meio escondido. Mas não sei, talvez estejamos sendo injustos, já que tínhamos o Mercado Municipal de São Paulo como referência, então acho difícil algum conseguir superá-lo. Comparações à parte, vale a visita ao lugar, principalmente se você procura produtos que geralmente não se encontra em supermercados ou para tomar um chopinho gelado no Bar do Mercado.







A história sobre a origem desse tipo de mercado teve início lá no bairro de Les Halles, em Paris, onde o mercado, projetado por Baltard (demolido em 1968), deu lugar a um moderno centro comercial, fonte de inspiração para artistas e arquitetos de diversos países.

No Brasil, a primeira réplica foi o Mercado São José do Recife, em 1875. Em seguida veio o de Manaus, em 1882, e o Mercado de Ferro de Fortaleza, em 1896. Esse último, hoje desmembrado em dois, tem a parte mais conservada do centro da capital cearense, conhecido como Mercado dos Pinhões. (Vivendo e aprendendo... Sou de lá e não sabia disso, por isso a vida é tão bela, às vezes, buscamos tanto conhecer lugares, sair pelo mundo, e não nos damos conta de que não conhecemos nossa própria casa...)

A capital federal levou 45 anos para ganhar o seu Mercado Municipal, mas, eventualmente, também abriu espaço, em sua mais antiga avenida comercial, para que o velho e o novo se encontrassem. É o retrocesso modernizante. São grades, portões, arcos, vitrais, muitos com mais de 100 anos, vindos da Inglaterra, São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, convivendo com estruturas de ferro modernas e arejadas.

Se o arquiteto Álvaro de Abreu buscou nesse projeto um elo histórico com a arquitetura da Cidade Luz, foi nas feiras, mercados e, mais precisamente, no Mercado da Cantareira, que os cheiros e sabores necessários foram encontrados.

O escritor Émile Zola chamou o Lês Halles de “o ventre de Paris”, pois ali se negociavam comidas e bebidas, dia e noite. Aqui não é diferente. O mercado funciona até as 22h e o bar fica aberto dia e noite, para não contrariar o escritor nem os seus muitos leitores.

O Mercado Municipal, na sua arquitetura, cheiros e sabores, é a forma que achamos de dizer que Brasília continuará sempre revolucionária e bela”.

Não compramos nada, apenas conhecemos, vimos, sentimos, cheiramos... E pensando em tomar café, acabamos tomando chopp no Bar do Mercado, junto com uma porção de pastéis de bacalhau e bolinhos de bacalhau. O bolinho é divino, muito bom mesmo, já os pastéis, achamos um pouco sem gosto, faltou tempero... O lugar é muito legal e ficamos sabendo que às terças feiras há chorinho a partir das 20h. Vamos voltar lá para conferir!




Painel do artista Paulo Andrade retratando personagens da boemia candanga. 
Será que eles estavam com sede?


Entrada do Bar do Mercado na Av. W3



Mural do artista brasiliense Bemm Soares retratando a história da antiga cervejaria Brahma.

Vai um chopp aí?

Os bolinhos de bacalhau. Delícia!

Eis a propaganda do Bar do Mercado, tanto no folheto, quanto no site:

Onde comer? Claro que é no Bar do Mercado. Não pense encontrar um lugar luxuoso: é uma cozinha de mercado honesta, como as de antigamente, onde se pode tomar apenas um cafezinho, experimentar um pastel de bacalhau ou um sanduíche de mortadela. Se o assunto é almoço, basta sentar em umas das mesas e pedir o cardápio que você terá diversas opções feitas com matéria-prima fresquíssima e de qualidade. O chopp segue a tradição do Ferreira, o mais premiado de Brasília. Vinhos? Você terá muitas opções. Aí é só decidir: uma entrada de frutos do mar, pão italiano com sardela, peixe do dia ou então ficar com o bacalhau do Mercado. A noite é puro agito. Uma lista de petiscos está à sua espera. No final, é só encarar a famosa sopa de cebola do CEASA, feita pelo Totó, que no dia seguinte você estará zerado.

Outra boa razão para se apaixonar pelo Bar é a sua decoração. Na entrada, você vai deparar com um painel do artista Paula Andrade, ao estilo Nilton Bravo, retratando personagens da boemia candanga. Ao lado, outro artista brasiliense, Nem Soares, que deixou a sua marca num painel, retratando a história da antiga cervejaria Brahma. Em frente, o balcão de mármore de Alicante (Espanha) e uma peça de ferro fundido que pertenceu à prefeitura de Santos. Os lustres também vieram da Espanha (Barcelona), o piso de ladrilho hidráulico, o caixa de embuia trabalhada, uma bela coleção de cachaças antigas.

Tudo no lugar conspira desejos”.


Ah, também no site, não deixe de conferir a "Verdadeira história de 'Sêo' Manel Xicote".

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

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